miércoles, 17 de febrero de 2010

1928-obra de Annibal Burlamaqui (Zuma)


Em 1907 é a vez de um oficial do exército escrever a respeito da Capoeira. Através de sua publicação “O Guia do Capoeira ou Ginástica Brasileira”, O.D.C. (como intitula-se o oficial autor do livro) abre precedentes para outra publicação datada de 1928 e escrita por Coelho Neto, que lança uma proposta pedagógica de inclusão da Capoeira nas escolas civis e militares. Em seu artigo “Nosso Jogo”, Coelho Neto relata que quase enviou em 1910 um projeto de lei para a Câmara dos Deputados visando tornar o ensino da Capoeira obrigatório naquelas instituições. Destacava, nesse sentido, o desenvolvimento físico e a disciplina do caráter gerados pela prática da Capoeira, bem como seu grande valor como instrumento de defesa pessoal, lembrando, como
argumento, a grande vitória do Capoeira negro Ciríaco sobre o campeão japonês de jiu-jitsu Conde Koma, no Pavilhão Internacional em 1910. Também em 1928 é publicado o livro de Aníbal Burlamaqui “Ginástica Nacional (Capoeiragem) Metodizada e Regrada”, onde o autor, baseando-se nas regras e características do pugilismo, desenvolve um método e um código de regras para a prática do “jogo desportivo da Capoeira”. Para tal intuito despreza totalmente o lado lúdico, cultural e artístico inerente a esta modalidade, deixando de lado a música e os instrumentos
e privilegiando apenas seu caráter de luta esportiva. Aproveitando o espaço aberto por esta corrente de pensamento, presente desde a proibição da Capoeira por parte da República, os antigos Capoeiristas conseguiram burlar a ilegalidade e manter viva sua arte e tradição. Dessa maneira surge a figura dos grandes “Mestres da Capoeira”, homens que se destacaram não só pelo que fizeram enquanto praticantes desta modalidade, mas pela representatividade que suas
realizações tiveram na perpetuação e afirmação da Capoeira como uma das mais ricas expressões de nossa cultura. Dentre estes Mestres devemos destacar dois em especial: Manuel dos Reis Machado, o famoso Mestre Bimba, criador da Capoeira Regional e Vicente Ferreira Pastinha, o Mestre Pastinha, maior responsável pela preservação do estilo mais primitivo da Capoeira, a Capoeira de Angola.

3 comentarios:

  1. Capoeira sem Mestre (Com Mestre)50 anos!
    Não posso ver trabalho digrátis e conversa sobre capoeira que eu entro. Quanto a trabalhar digrátis, o Georgios, diagnosticou que é por que eu tenho medo de ganhar dinheiro. Nada que um bom psiquiatra não possa cobrar. Na capoeira, é pra poder contar que fui discípulo do Mestre Paulo Gomes e fui batizado por Mestre Caiçara, além de ter sido amigo do Mestre Sapo no Maranhão. Se derem chance eu conto também que participava do grupo de capoeira da Escola de Educação Física da USP em 1969. Fazíamos apresentações e o professor era o Lorival Pariz (aqui contracenando do Dina Sfat e Fernanda Torres , que já tinha vivido no Amapá, foi destaque no teatro em Salvador, quando lutou contra Antonio das Mortes no filme O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro do Glauber Rocha, e se aposentou como ator de teatro e televisão São Paulo.
    Tudo isso pra dizer que me intrometi numa entrevista que o nosso administrador da lista cevcapoeira Falcão , fez com o Prof Lamartine Pereira da Costa , no fim de semana passado em Salvador, na reunião de trabalho que fizemos na UFBA sobre o Diagnóstico Nacional do Esportes (conto isso em outra nota, quando conseguir escrever).
    Um bom momento da entrevista foi a pergunta do Falcão sobre o livro Capoeira Sem Mestre escrito em 1961: “Por que Capoeira sem Mestre?” Percebi que o tom da pergunta era de cobrança. Eu sabia a resposta: porque a coleção de livros populares das Edições de Ouro chamava “sem mestre”. Violão sem mestre, gaita sem mestre, capoeira sem mestre…
    Com essa pergunta fiquei imaginando a bronca dos mestres com o livro nos últimos 50 anos. Falei das edições sem-mestre e o Lamartine concordou.
    Teve mais: Lamartine contou que, quando saiu o livro recebeu em casa o Annibal Burlamaqui autor de A Ginástica Nacional (capoeiragem Metodizada e Regrada) Tinha ido tirar satisfação sobre o possível plágio do livro que ele tinha escrito em 1928. Lamartine explicou que não conhecia o livro, tinha visto uma página que saiu no jornal e todo mundo copiou. Começaram uma longa conversa que durou anos, como bons amigos.
    É hora de comemorar os 50 anos do “Capoeira sem Mestre”.
    FUENTE: http://blog.cev.org.br/laercio/2011/capoeira-sem-mestre-com-mestre-50-anos/

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  3. Ciriaco venceu o sada miyako e não o conde, o conde veio para o brasil anos depois

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