O JOGO DA CAPOEIRA NO CONTEXTO ANTROPOLÓGICO
E BIOMECÂNICO
por
Adriana D’Agostini
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Dissertação Apresentada à Coordenadoria de Pós-graduação em Educação Física da Universidade Federal de Santa Catarina como Requisito Parcial para Obtenção do Título de Mestre em Educação Física
Florianópolis, SC
2004
Historicamente, o que se considera como tradição marcial da capoeira, surgiu a partir da necessidade de um povo oprimido livrar-se de seu opressor. O negro escravo utilizou seu próprio corpo como defesa dos ataques propriamente ditos, como também, forma de sobreviver espiritualmente através dos rituais e tradições religiosas9 de sua terra mãe. Em Burlamaqui encontra-se uma citação que ilustra a luta:
O escravo se mostrava evidentemente superior na luta, pela agilidade, coragem, sangue-frio e astúcia, aprendidas ali, afrontando os bichos, as feras mais perigosas, lutando mesmo com elas, saltando valados, trepando em árvores as mais altas e desgalhadas, para se acomodar nas suas frondes, pulando de umas às outras como macacos, onde as nuvens batiam. E tiravam partido disso, tornando-se assim extraordinariamente ágeis e muito comumente um homem desarmava uma escolta, punha-a em desordem, fazendo-a fugir. Aplicava um jogo estranho de braços, pernas e tronco, com tal agilidade e tanta violência, capazes de lhe dar uma superioridade estupenda.
Já, a capoeira carioca, que sempre se apresentou violenta, apelando para cabeçadas e murros, que acabava gerando disputas com armas brancas, pode ser constatado pelo texto de Rugendas de 1835 (apud Sodré, 2002, p.45), que diz
Os negros têm um outro jogo guerreiro muito mais violento – capuëra: dois campeões atiram-se um sobre o outro, tentando derrubar o adversário com cabeçadas no peito. O ataque é evitado com saltos laterais e bloqueios igualmente hábeis. Mas acontece, ocasionalmente, acertarem cabeça contra cabeça com grande força, fazendo a brincadeira degenerar em luta, não raro com as facas ensangüentando o esporte .
O escravo se mostrava evidentemente superior na luta, pela agilidade, coragem, sangue-frio e astúcia, aprendidas ali, afrontando os bichos, as feras mais perigosas, lutando mesmo com elas, saltando valados, trepando em árvores as mais altas e desgalhadas, para se acomodar nas suas frondes, pulando de umas às outras como macacos, onde as nuvens batiam. E tiravam partido disso, tornando-se assim extraordinariamente ágeis e muito comumente um homem desarmava uma escolta, punha-a em desordem, fazendo-a fugir. Aplicava um jogo estranho de braços, pernas e tronco, com tal agilidade e tanta violência, capazes de lhe dar uma superioridade estupenda.
Já, a capoeira carioca, que sempre se apresentou violenta, apelando para cabeçadas e murros, que acabava gerando disputas com armas brancas, pode ser constatado pelo texto de Rugendas de 1835 (apud Sodré, 2002, p.45), que diz
Os negros têm um outro jogo guerreiro muito mais violento – capuëra: dois campeões atiram-se um sobre o outro, tentando derrubar o adversário com cabeçadas no peito. O ataque é evitado com saltos laterais e bloqueios igualmente hábeis. Mas acontece, ocasionalmente, acertarem cabeça contra cabeça com grande força, fazendo a brincadeira degenerar em luta, não raro com as facas ensangüentando o esporte .
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