sábado, 20 de febrero de 2010

1932, O ANO QUE DEU SAMBA, CARNAVAL E FUTEBOL


TERCEIRA MARGEM
REVISTA DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA LITERATURA
ANO X • NO 14 • JANEIRO-JUNHO / 2006
1932, O ANO QUE DEU SAMBA, CARNAVAL E FUTEBOL
Marcelino Rodrigues da Silva
Em outubro de 1931, por exemplo, as páginas esportivas d’O Globo deram grande destaque a um desafio entre lutadores de jiu-jitsu e capoeira, torcendo desbragadamente pelos capoeiristas e registrando, em tom de entusiasmo nacionalista, os detalhes mais exóticos do espetáculo protagonizado por seus seguidores:
Em matéria de música, danças regionais, fala-se muito aqui. Mas quantas músicas e
quantas danças brasileiras, bem brasileiras, se conservam quase totalmente ignoradas por grande parte de nosso público. É o caso da batucada que na noite do dia 22 será transportada para o palco pela primeira vez. (...) Ninguém resiste à beleza estranha do espetáculo, sobretudo porque há nele, nas suas cores, nos seus sons, uma nota brasileira impressionante. (...) Nada podia ser mais nacional, mais nosso, que deitasse, como a “batucada”, raízes tão profundas na terra em que pisamos e no nosso espírito. Resta-nos, ainda, como nota também brasileiríssima, a capoeira. (...) Nasceu na rua e é muito menos técnica do que o jiu-jitsu. Os seus golpes repontaram inesperadamente, num belo dia, numa briga de rua. A capoeira se defende segundo as necessidades do momento, as exigências do conflito e o valor do adversário. Tem recursos para tudo, contra-golpes mortais, negaças que desorientam, trucs que desarmam. (...) Contra o científico, técnico jiu-jitsu, a malícia diabólica do malandro!

(O Globo, 20 out. 1931, primeira edição).
http://www.letras.ufrj.br/ciencialit/terceiramargemonline/numero14/terceiramargem14.pdf

jueves, 18 de febrero de 2010

HUGO MELLO Um Cavalheiro do Judô -





Otero Hermanny
FOTO:Hugo, Antônio Alves e Hermanny Helio, Hugo , Enzo Confetura, Hermanny e Luiz Alberto Mendonça
Com o falecimento do Prof. Hugo Mello da Silva, o judô brasileiro perdeu um de seus mais importantes divulgadores. Ele foi um atleta de invulgar capacidade e um cidadão exemplar, tendo se destacado em vários desportos.Quando jovem, foi escoteiro e participou do Tiro de Guerra, forma de preparação militar então existente, sempre ligado ao Clube de Regatas do Flamengo, que representou em halterofilismo e em luta livre, sempre com destaque. Iniciou-se no judô no Judô Clube Augusto Cordeiro, por ele tendo se sagrado Campeão Carioca.Sua maior contribuição para o judô foi a formação de um grupo de judocas em que se destacaram inúmeros campeões, inicialmente na Associação Bento Lisboa, posteriormente, na Academia Hugo Mello, ambas no bairro do Catête, no Rio de Janeiro.Destacada, também, foi sua colaboração como árbitro às Federações Metropolitana de Pugilismo, , Guanabarina de Judô e Federação de Judô do Estado do Rio de Janeiro, além das Confederações Brasileira de Pugilismo e Brasileira de Judô, onde sua isenção e tranquiilidade conquistavam a confiança de todos.Professor incansável, transmitiu a seus alunos e aos atletas com quem conviveu, com seu exemplo e seus ensinamentos, cidadania, ética e entusiasmo, sempre dentro dos moldes preconizados pelo Prof. Jigoro Kano, o elaborador do judô de Kodokan.
Conheci o Prof. Hugo Mello, em 1948, no Ringue Roberto, espaço na esquina da rua Fernando Mendes com a Av. Nossa Senhora de Copacabana, onde se praticava patinação e eram realizados espetáculos de lutas. Fomos apresentado pelo Sinhozinho. Naquele dia ele participava de um espetáculo de luta-livre e me impressionou pelo físico elegante e forte. Mais tarde,já em 1949, quando eu e Luiz Ciranda nos preparávamos para lutar com alunos do Mestre Bimba, correu a informação que eles usavam golpes de jiu-jitsu, o que levou o Sinhozinho a pedir ao Prof. Augusto Cordeiro que fornecesse alguns lutadores que conhecessem esta modalidade para os treinos, visando não sermos surpreendidos por estas técnicas. Hugo Mello participou destes treinamentos e, depois, ainda realizou uma luta com um dos baianos, o Clarindo. Desde então mantivemos grande amizade e participamos juntos de muitas atividades. Sinto muito sua falta.



Luta olímpica
DIRCEU GAMA
Década de 1950 Consolida-se a existência de pequenos núcleos autônomos de praticantes em São Paulo e Rio de Janeiro. Apesar da ausência de campeonatos ou torneios, alguns lutadores
começam a se destacar, como Tenente Moisés, Regada, Baianinho, Hugo Mello e Sinhôzinho. Cada nome que ascendia, capitaneava discípulos afins a suas metodologias e personalidades. Da suposta competitividade entre grupos rivais, nasceu o costume dos desafios entre lutadores, consubstanciados em jornadas agonísticas informais. Convém assinalar que a maioria dos praticantes de Luta Olímpica até então eram remadores ou halterofilistas, porquanto acreditava-se que performances vitoriosas dependiam muito mais de força do que técnica ou criatividade.

Was Savate’s Drop Kick from Pro Wrestling?

GRAVURA:
Vôo-do-morcego (the bat's flight) pictured in the book "Capoeiragem, a arte da defesa pessoal brasileira" (Capoeiragem, the Brazilian art of self-defense), by Lamartine Pereira da Costa. Later on this books was published with a certain success for it's time under the title "Capoeira sem mestre" (Capoeira without a mestre) (Rio de Janeiro, Tecnoprint, circa 1960).


Bruce Tegnér (cuatro fotos) was born in Chicago, Illinois in 1929. Tegnér was literally born into the martial arts as both his mother and father were professional teachers of judo and jujitsu; they began Bruce's instruction in the martial arts when he was two years old. http://www.sandowplus.co.uk/Competition/Tegner/tegner-intro.htm

miércoles, 17 de febrero de 2010

1928-obra de Annibal Burlamaqui (Zuma)


Em 1907 é a vez de um oficial do exército escrever a respeito da Capoeira. Através de sua publicação “O Guia do Capoeira ou Ginástica Brasileira”, O.D.C. (como intitula-se o oficial autor do livro) abre precedentes para outra publicação datada de 1928 e escrita por Coelho Neto, que lança uma proposta pedagógica de inclusão da Capoeira nas escolas civis e militares. Em seu artigo “Nosso Jogo”, Coelho Neto relata que quase enviou em 1910 um projeto de lei para a Câmara dos Deputados visando tornar o ensino da Capoeira obrigatório naquelas instituições. Destacava, nesse sentido, o desenvolvimento físico e a disciplina do caráter gerados pela prática da Capoeira, bem como seu grande valor como instrumento de defesa pessoal, lembrando, como
argumento, a grande vitória do Capoeira negro Ciríaco sobre o campeão japonês de jiu-jitsu Conde Koma, no Pavilhão Internacional em 1910. Também em 1928 é publicado o livro de Aníbal Burlamaqui “Ginástica Nacional (Capoeiragem) Metodizada e Regrada”, onde o autor, baseando-se nas regras e características do pugilismo, desenvolve um método e um código de regras para a prática do “jogo desportivo da Capoeira”. Para tal intuito despreza totalmente o lado lúdico, cultural e artístico inerente a esta modalidade, deixando de lado a música e os instrumentos
e privilegiando apenas seu caráter de luta esportiva. Aproveitando o espaço aberto por esta corrente de pensamento, presente desde a proibição da Capoeira por parte da República, os antigos Capoeiristas conseguiram burlar a ilegalidade e manter viva sua arte e tradição. Dessa maneira surge a figura dos grandes “Mestres da Capoeira”, homens que se destacaram não só pelo que fizeram enquanto praticantes desta modalidade, mas pela representatividade que suas
realizações tiveram na perpetuação e afirmação da Capoeira como uma das mais ricas expressões de nossa cultura. Dentre estes Mestres devemos destacar dois em especial: Manuel dos Reis Machado, o famoso Mestre Bimba, criador da Capoeira Regional e Vicente Ferreira Pastinha, o Mestre Pastinha, maior responsável pela preservação do estilo mais primitivo da Capoeira, a Capoeira de Angola.

PINHEIRO, Alisson Bernardo, UERJ/FFP, (aluno de mestrado). Da capoeiragem à academia: a formação da capoeira moderna no Rio de Janeiro.
Durante a primeira metade do século XX a capoeira, no Rio de Janeiro, vai sobreviver de forma mais esparsa. Ela já não se apresenta sob a forma institucional das maltas, que mobilizavam um grande número de grupos, seus principais agentes agora são considerados também “malandros” e atuam de forma mais isolada. De forma paralela houve um esforço de intelectuais, memorialistas, cronistas, folcloristas, de fazer da capoeira representante da brasilidade. Em certa medida amparada pelas penas dos homens das letras outros agentes procuravam passar a capoeira pelo crivo da esportização. Expoente máximo desta prática da capoeira sob os paradigmas do mundo dos esportes internacionais, Sinhozinho (Angenor Moreira Sampaio) ensinava a velha arte da capoeiragem já na década de 1920, em sua academia no bairro de Ipanema (mudando de endereço muitas vezes), junto com outras atividades físicas e esportivas, como levantamento de peso e judô. Era uma espécie de centro esportivo, improvisado em terreno baldio, onde Sinhozinho inventava aparelhos, técnicas, métodos de treino. É importante ressaltar que na Bahia, mestre Bimba, também levaria a cabo um projeto de esportização da capoeira que vai culminar no que ele batizou de “Capoeira Regional”. Há um debate muito interessante sobre a proeminência dos dois personagens na iniciativa de fazer da capoeira um esporte, a “Ginastica Nacional”. Estudiosos como Lopes apontam o papel de destaque que tiveram os manuais de capoeiragem que foram publicados no primeiro qüinqüênio do século XX. Ressaltando o livro de Zuma Bularmaqui, “Gymnastica Nacional, a Capoeiragem”, publicado no Rio de Janeiro em 1928 divulgava a capoeira “utilitária”, “estilo Sinhozinho”, que segundo Lopes e as fontes jornalísticas que nos dispõe teria servido de “fonte inspiradora para a criação da Gymnastica Regional Baiana” de mestre Bimba. Estes manuais teriam sido pioneiros ao propor uma estruturação esportiva para a capoeira, método de ensino com a descrição de cada golpe, cada movimento. Na chamada “era Vargas” vai se desdobrar um impulso modernizante do Brasil em seus aspectos políticos, econômicos e sociais. Getúlio Vargas e seu governo vão ser determinantes para compreendermos parte do “esquecimento” da tradição carioca na sua re-invenção moderna. O período Vargas vai se caracterizado pelas ideologias de Estado (trabalhismo e nacionalismo) onde a população passaria por uma tentativa de modelação. Desde a “morte” da antiga capoeiragem das maltas a capoeira carioca se mantinha nas figuras dos bambas, dos valentões. Com o Estado Novo a capoeira carioca sofre o golpe derradeiro quando o governo Vargas esportiza a capoeira (1937) e indiretamente eleva a vertente baiana como a “mais pura”.
“A escola de capoeira de mestre Bimba é a primeira do país a ser legalizada e há um incentivo às exibições públicas de capoeiristas baianos, sendo a capoeira incorporada à industria do turismo na Bahia”16
Em contra partida no Rio de Janeiro, o Estado Novo identifica no capoeirista carioca a figura do malandro, avesso ao trabalho. Assim podemos também fazer um paralelo do que para o Estado Novo seriam as manifestações populares aceitáveis ou não pelo regime: o samba “do trabalhador” e a capoeira esporte dos baianos, contra o samba e a capoeira (carioca) que
enalteciam a figura do malandro. Segundo Reis a “política de valorização moral do trabalho”,
incidiu “diretamente sobre a cultura negra do Rio de Janeiro”. É dentro da “ótica marcadamente
militarista, disciplinadora e eugenizadora que a capoeira se esportizara” sob os auspícios do Estado Novo.
http://www.historal.kit.net/alisson_bernardo_pinheiro.pdf

1928-obra de Annibal Burlamaqui (Zuma),


O JOGO DA CAPOEIRA NO CONTEXTO ANTROPOLÓGICO
E BIOMECÂNICO

por
Adriana D’Agostini
______________________________
Dissertação Apresentada à Coordenadoria de Pós-graduação em Educação Física da Universidade Federal de Santa Catarina como Requisito Parcial para Obtenção do Título de Mestre em Educação Física
Florianópolis, SC
2004

Historicamente, o que se considera como tradição marcial da capoeira, surgiu a partir da necessidade de um povo oprimido livrar-se de seu opressor. O negro escravo utilizou seu próprio corpo como defesa dos ataques propriamente ditos, como também, forma de sobreviver espiritualmente através dos rituais e tradições religiosas9 de sua terra mãe. Em Burlamaqui encontra-se uma citação que ilustra a luta:
O escravo se mostrava evidentemente superior na luta, pela agilidade, coragem, sangue-frio e astúcia, aprendidas ali, afrontando os bichos, as feras mais perigosas, lutando mesmo com elas, saltando valados, trepando em árvores as mais altas e desgalhadas, para se acomodar nas suas frondes, pulando de umas às outras como macacos, onde as nuvens batiam. E tiravam partido disso, tornando-se assim extraordinariamente ágeis e muito comumente um homem desarmava uma escolta, punha-a em desordem, fazendo-a fugir. Aplicava um jogo estranho de braços, pernas e tronco, com tal agilidade e tanta violência, capazes de lhe dar uma superioridade estupenda.
Já, a capoeira carioca, que sempre se apresentou violenta, apelando para cabeçadas e murros, que acabava gerando disputas com armas brancas, pode ser constatado pelo texto de Rugendas de 1835 (apud Sodré, 2002, p.45), que diz
Os negros têm um outro jogo guerreiro muito mais violento – capuëra: dois campeões atiram-se um sobre o outro, tentando derrubar o adversário com cabeçadas no peito. O ataque é evitado com saltos laterais e bloqueios igualmente hábeis. Mas acontece, ocasionalmente, acertarem cabeça contra cabeça com grande força, fazendo a brincadeira degenerar em luta, não raro com as facas ensangüentando o esporte .

martes, 16 de febrero de 2010

Subsídios para o estudo da metodologia do treinamento da capoeiragem, 1945;



Oração da Capoeira
O seu autor, Professor Inezil Penna Marinho, homem dotado de uma enorme sensibilidade para compreender a cultura popular brasileira, além de uma sólida e diversificada formação acadêmica, é também autor de diversos estudos sobre a capoeira, entre eles o Subsídios para o estudo da metodologia do treinamento da capoeiragem, 1945; Subsídios para a história da capoeiragem no Brasil, 1956 e A ginástica brasileira, 1981.
"Sinto que das profundezas de meu ser brota um novo anseio de expressão corporal, como se minh'alma se libertasse de séculos de opressão!
Não mais serei obrigado a repetir gestos típicos da manifestação cultural de outros povos distantes! Eu consegui me libertar daqueles ritmos que me atormentavam, descompassando meus movimentos, sufocando a sensibilidade musical dos meus ancestrais! Eu me encontrei finalmente com o meu próprio ritmo, graças ao qual eu me liberto de atávicas repressões e posso exprimir meus sentimentos, minhas esperanças, minhas idéias, minhas quimeras, meus ideais! Agora eu sou LIVRE! Respeito a ginástica de todos os povos do mundo, mas necessito, desejo e quero realizar a minha própria ginástica - A GINÁSTICA BRASILEIRA!" CAPOEIRAGEM.

lunes, 15 de febrero de 2010

Masonería de Brasil y de Mascarenas

Memórias de um sargento de milícias‎ - Página 50Mamede Mustafa Jarouche - 1974 - 411 páginas
Foi membro de uma loja maçónica que lutou pela independência do Brasil, e morreu em 1843, com a idade de 98 anos.
nota:
1803-NITEROI -Logia Masónica se afilia a la Isla Maurício

Miguel Nunes Vidigal

Recorte libro: Notícias históricas de Portugal e Brasil‎ - Página 216Manuel Lopes de Almeida - 1961
Capitão, Miguel Nunes Vidigal. Tenente, Joaquim José Ferreira.
Artículo:
Miguel Nunes Vidigal, hijo de Manuel Nunes Vidigal y Paula do Nascimento, nació en Rio de Janeiro en 1754 y falleció en la misma ciudad, el 10/06/1843. Inició su carrera militar alistándose, con 16 años, en el Regimiento de Caballería de Milicias, en el cual llegó al puesto de coronel en 1808. En este mismo año fue nombrado 2do Comandante del Cuerpo de la Guardia Real de la Policía de la Corte y en el año siguiente, transferido para el Ejército de 1ra línea, con promoción al puesto de brigadier. Fue agraciado con el hábito de Caballero de la Imperial Orden del Cruceiro, habiendo sido reformado en 1824.
Código de Referencia : BR.3304557.AN/313
Título /Nombre : Miguel Nunes Vidigal
[c] 1846 / 1846
Nivel de descripción : Fondo



http://censoarchivos.mcu.es/CensoGuia/fondoDetail.htm?id=561674

sábado, 13 de febrero de 2010


fuente: http://www.revistadeeducacaofisica.com.br/artigos/1948/60_capoeira.pdf

Centenário da Independência do Brasil- capoeira


Prêmio
Grandes Educadores
Brasileiros
Monografias Premiadas
1985


PRIMEIRA PARTE
FERNANDO DE AZEVEDO: A EDUCAÇÃO COMO DESAFIO (pag 35)
O texto A Evolução do Esporte no Brasil (1822-1922)* foi escrito para a edição especial do jornal O Estado de S. Paulo, comemorativa do Centenário da Independência do Brasil. Nele Fernando de Azevedo traça um painel dos vários esportes - equitação, caça, cavalhadas, touradas, capoeira, esportes anglo-saxõnicos, etc. - acalentando em seu final "a esperança de chegar um dia em que possamos também fazer inveja a outras nações pela organização modelar de nossa educação física."
*Por: Fernando Azevedo 1Ed. Cia. Melhoramentos. 1930
http://www.cipedya.com/web/FileDownload.aspx?IDFile=155036

miércoles, 10 de febrero de 2010


O trabalho pretende discutir as relações entre educação e medicina no Brasil
oitocentista, notadamente no município da Corte. Recorre às teses desenvolvidas
na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro – FMRJ para compreender como o
discurso médico daqueles anos tinha na educação um dos seus principais vetores
de intervenção social. Nesse sentido as escolas representavam para o campo médico
um lugar prioritário para a disseminação das suas concepções sobre higiene,
saúde, corpo e educação escolar.

lunes, 8 de febrero de 2010


INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA LINHA DE PESQUISA: POLÍTICA E SOCIEDADE
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
UMA IDÉIA DE CIDADE ILUSTRADA AS TRANSFORMAÇÕES URBANAS DA NOVA CORTE PORTUGUESA
(1808-1821)
MARIETA PINHEIRO DE CARVALHO
Diversos são os registros que tratam da falta de segurança no Rio de Janeiro.243 A desordem nas ruas era, muitas vezes, provocada por uma sub-população que vivia à margem da sociedade. Negros e pardos, escravos ou forros, transformavam-se nos capoeiras que, munidos de navalhas, facas e paus, assolavam as vias da nova corte.244
Em uma de suas cartas endereçadas à família, Luiz Joaquim dos Santos Marrocos comentava o cotidiano violento da cidade:
Nesta cidade e seus subúrbios temos sido muito insultados de ladrões,
acometendo estes e roubando sem vergonha, e logo ao princípio da noite, de sorte que têm horrorizado as muitas e bárbaras mortes que tem feito; em 5 dias contaram-se, em pequeno circuito, 22 assassínios e em uma noite, mesmo defronte de minha porta, fez um ladrão duas mortes e feriu o terceiro gravemente. Tem sido tal o seu descaramento que até avançam a pessoas mais distintas e conhecidas, como foi o próprio chefe de polícia. O chefe de divisão,
José Maria Dantas, recebeu por grande favor duas tremendíssimas bofetadas, por cair no erro de trazer pouco dinheiro, depois de lhe roubarem o relógio e etc. Além disto, têm degolado várias mulheres ... 245
…………………………………………….

A vigilância da cidade durante as noites foi facilitada por intermédio da ação da Polícia, no sentido de expandir a iluminação pública. Em memória escrita após deixar o cargo, Paulo Fernandes Viana demonstrou as providências tomadas nesse sentido:
criei e sempre fui aumentando a iluminação da cidade, não só das ruas dela, mas e principalmente com todo o esplendor no paço da cidade, no da quinta da Boa Vista, e na praça e casa das Laranjeiras, onde a Rainha, Nossa Senhora, fixava por tempos a sua residência.345
A iluminação noturna, entretanto, não foi suficiente para findar com a prática de delitos pela cidade. Informações sobre furtos, roubos e assassinatos, bem como de confusões nas ruas, encontram-se facilmente na documentação da Polícia.346 Por um ofício de 26 de agosto de 1811, percebe-se que indivíduos davam tiros e usavam armas pelas ruas, atitude esta reprimida por lei.347 Em 1814, por exemplo, houve uma desordem efetivada por um rancho de capoeiras no bairro da Candelária. Para esse acontecimento, Paulo Fernandes Viana expediu ordens ao juiz do crime do bairro para fazer a identificação de quem eram os possíveis contraventores, e, depois de
descobertos, aplicar os respectivos castigos, que, nesse caso, seriam o açoite e a prisão.348

243 Veja-se, por exemplo, John Luccock. Op. Cit., p.90-91; e T. Von Leithold e L. Von Rango. Op.Cit.,
pp. 45, 91-93.
244 Thomas H. Holloway. Polícia no Rio de Janeiro: repressão e resistência numa cidade do século XIX.
Rio de Janeiro: Editora FGV, 1997, pp.52-53.
245 “Cartas de Luiz Joaquim dos Santos Marrocos...”, 28/9/1813, p.163.
345 “Abreviada demonstração dos trabalhos da Polícia ... .” , p. 375.
346 Ver por exemplo, ANRJ, Polícia da Corte, códice 323, vol.1, fl. 18v; códice 329, vol. 1, fl. 86; códice
329, vol.3, ofício de 9/2/1815, dentre outros.
347 ANRJ, Polícia da Corte, códice 329, vol. 1, fls. 84v-85.
348 ANRJ, Polícia da Corte, códice 329, vol. 2, fl.164, 20/03/1814.

lunes, 1 de febrero de 2010

(Fado e Banzé ,danza de pretos)Savate,Fadistas, Jogadores de Pau e Capoeiras


História do fado Pinto de Carvalho
Editor
Editorial MAXTOR, 1903
ISBN
849761559X, 9788497615594
N.º de páginas
270 páginas

Clubes esportivos e recreativos em Niterói – RJ

Clubes esportivos e recreativos em Niterói – RJ
MÁRIO RIBEIRO CANTARINO FILHO
Capoeira
1889 – 1919 Em artigo publicado no jornal “O Estado” de Niterói, em 1919, Salomão Cruz referiu-se à capoeiragem. O autor, sobre a capoeira praticada em Niterói, escreveu que “era como o futebol de nossos dias – um esporte predileto dos rapazes, e a ele se juntava também o da natação”. O articulista ressaltou o desenvolvimento que a natação e o futebol vinham apresentando nas primeiras décadas dos anos 1900. O ponto de encontro dos capoeiras era perto da Praia da Boa Viagem, com a atividade em plena praia, no dizer de Salomão Cruz. Os grupos mais conhecidos eram os Guaiamus, no bairro de São Lourenço e adjacências, e o Nagoas, nos bairros de Icaraí e Barreto. Eram famosos os capoeiristas Herculano, Garcia, João Carapuça,
Carlos Sabido, Ernesto Relojoeiro, Américo Capenga, Moleque Cristóvão e Cipriano, sendo este morto por João Bacalhau, em um quiosque na Rua da Praia, em 1904. Cipriano era o capanga do ator Leopoldo Fróes. Durante os festejos do Carnaval, eram os capoeiras presos pela polícia, dando tranqüilidade à população niteroiense. A capoeira declinou no início da República, em virtude da perseguição que sofreram os seus praticantes, no tempo em que Sampaio Ferraz esteve como Chefe de Polícia, no Rio de Janeiro, então Capital Federal. Durante o Governo Provisório do Marechal Deodoro da Fonseca, no período de 1889 a 1891, era desejo do Presidente extinguir a capoeiragem na cidade. A campanha foi forte e os desordeiros capoeiras foram presos
e enviados para a Ilha de Fernando de Noronha. Tal fato deve ter repercutido na Capital Fluminense. As informações de Salomão Cruz, citadas por Almeida e Wehrs, no que se refere aos grupos de capoeiras Guaiamus e Nagoas, em Niterói, não coincidem com as informações de Paiva e de Marinho, sendo que o primeiro destes registra Nagôs e o segundo escreve Ganoas e, para ambos os autores, os grupos citados estavam no Rio de Janeiro.
http://www.atlasesportebrasil.org.br/textos/147.pdf

Agenor Sampaio -Sinhozinho




CAMPEÃO DE FORÇA
- Em 1910, ganhei um torneio de força, organizado pelo Tiro Federal e que tambem foi disputado pelos inferiores e praças do nosso Exercito. Serviram de juizes das respectivas provas o dr. Fernando Soledade e o dr. Alvaro Zamith. Em 1912, ingressei no Sport Club Mangueira, onde joguei no primeiro team de football. Foi quando se começou a praticar o athletismo no saudoso club rubro-negro. Participei de diversas provas pelo Mangueira, em festas do Rio Cricket Athletic Association, de Nichteroy. Em 1913, Zéca Floriano, o grande athleta brasileiro, organizou um campeonato de luta romana. Entre 15 lutadores, conquistei o 8° logar, embora o meu peso fosse sómente de 75 kilos e o mais leve dos meus adversarios tivesse "apenas" 102 kilos. Participaram desse campeonato, entre outros, João Baldi, José Floriano, Cesario, Petrassini, Montagna, e o famoso negro Dick. Em 1915, voltei a jogar football pelo Mangueira, e, no anno seguinte, alistei-me nas fileiras do Club Gymnastico Portuguez e ganhei o campeonato dos leves, de pesos e halteres, tendo feito 87 kilos ao "developpé". Em 1917, conquistei o Campeonato do Rio de Janeiro de pesos e halteres, de todas as categorias, o que se verificou ainda em 1919 e 1920. O campeonato não foi disputado em 1918, em virtude da grande epidemia de grippe.