Título original: Girândola de Amores
autor: Aluísio Azevedo
gênero: Romance
ano de lançamento: 1882
Nº de páginas: 203
.....................Uma semana depois, recebeu dela uma carta. Pedia-lhe que aparecesse. «Ele estava um ingrato; também isso não admirava, porque, segundo o que Olímpia ouvira dizer, Gregório não perdia uma noite do Alcazar, e andava apaixonado por uma francesa. Ela sabia de bonitas coisas a seu respeito!» Falou em certa orgia no Hotel Paris. A carta terminava pedindo ao rapaz que fosse domingo jantar com Olímpia. A viúva Guterres estaria presente e desejava conhecê-lo.
Gregório leu cinco ou seis vezes aquelas palavras.
-Devia ou não devia ir?...
Não foi. Mandou um bilhete, pedindo desculpas, e não apareceu.
Um mês depois, nova carta. Era mais extensa e mais recriminatória; Olímpia queixava-se amargamente do proceder de Gregório e pedia-lhe ternamente que a fosse ver. Ele ainda desta vez não foi.
Entretanto Gregório principiava a ganhar reputação de estroina. Um dos seus companheiros da pândega era o padre Beleza; padre ainda moço e levado da breca. À noite metia-se em roupas seculares, escondia a coroa e atirava-se para o Alcazar, onde floresciam nesse belo tempo as pernas da Aimé. O Beleza era quase sempre cabeça de motim e jogava capoeira como os mais entendidos da matéria. Contavam dele façanhas terríveis. O bispo não conseguia corrigi-lo.
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