miércoles, 25 de noviembre de 2009


Mestre Pastinha et sa délégation sont invités à Dakar au Sénégal pour le Festival des Arts Nègres en 1966. comme participants sont présents João Grande, Roberto Santana, Gildo Alfinete, Camafeu de Oxossi qui enregistre en 1966 "Berimbaus de Bahia" dans les studios bahianais de Radio Sociedade.

martes, 17 de noviembre de 2009

CAPOEIRA, TRABALHO E EDUCAÇÃO

CAPOEIRA, TRABALHO E EDUCAÇÃO
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia, como
requisito parcial à obtenção do grau de MESTRE EMEDUCAÇÃO.
Orientador: Prof. Dr. Pedro Rodolpho Jungers Abib.Co-orientadora: Profª Dr. Celi Nelza Zülke Taffarel.Salvador2007

Vinte anos depois do seu reconhecimento como esporte, pelo CND a capoeira desvincula-se oficialmente da CBP e, em 23 de outubro de 1992, funda-se a Confederação Brasileira de Capoeira (CBC). Essa entidade de administração desportiva25 tem o reconhecimento do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e está filiada à Federação Internacional de Capoeira (Fica). Esse passo favorecerá um maior desenvolvimento da capoeira através do modelo de esporte de alto rendimento, cujo contexto é o discurso da padronização, da normatização e da unificação. Esse amoldamento da capoeira a essa lógica “pode ser considerado uma forma de controle social, pela adaptação do praticante aos valores e normas dominantes defendidos para a ‘funcionalidade’ e desenvolvimento da sociedade” (COLETIVO DE AUTORES, 1992, p. 71). De início, a CBC apoiará o sistema CONFEF/CREF de forma incondicional, inclusive o presidente à época fará parte da diretoria do CREF 4, responsável pela cidade de São Paulo, o qual solicitará veementemente a inscrição dos seus próprios filiados aos conselhos profissionais de Educação Física dessa região. O envolvimento e as causas dessa parceria entre a CBC e o conselho de Educação Física são questionados:
Essa aproximação, de acordo com o presidente da CBC, tinha a finalidade de “lutar pela causa da Capoeira enquanto conselheiro de Educação Física”. No entanto, nos questionamos quanto ao tipo de luta que a CBC poderia desenvolver no interior do CREF/SP, uma vez que as cartas já haviam sido dadas devido ao próprio caráter da Lei de Regulamentação (SILVA, 2002, p. 177).
Pouco tempo depois, a Confederação retira o seu apoio ao órgão regulamentador, faz questão de divulgar sua desvinculação em vários meios de comunicação e passará a trabalhar em defesa própria.
No entanto, em março de 2001, ocorreu um fato importante, qual seja, o pedido de exoneração do presidente da CBC de suas funções no CREF-SP. Ele alegava que por “motivos éticos” não teria condições de continuar lutando pela causa de nossa “Arte Maior” e colocava à disposição de todos os capoeiristas (filiados ou não) a Confederação Brasileira de Capoeira,
para a tentativa de resolução de problemas referentes ao sistema CONFEF/CREF. Além disso, alertava para os perigos desta lei que, de acordo com ele, é a “pior de todas as anteriores juntas, podendo comprometer seriamente sua sobrevivência cultural”. Conclamava a necessidade dos capoeiristas estarem unidos e fortes para fazerem com que a Capoeira não fosse prejudicada mais uma vez na história, rogava para que estes não fizessem nenhum convênio com a entidade e ainda alertava que a real intenção do CONFEF era identificar, através dos endereços, as academias de Capoeira para uma possível ação repressora
(SILVA, 2002, p. 179)

Seguindo quase a mesma lógica do sistema CONFEF/CREF, a CBC tentará controlar ainda mais a capoeira, utilizando-se dos mesmos discursos do conselho: a necessidade da regulamentação da profissão. Recentemente, a capoeira, na visão do Ministério do Esporte (ME), é compreendida
como uma manifestação esportiva de criação nacional. Na realidade, trata-se de um projeto que visa a “garantir o desenvolvimento de atividades esportivas que caracterizam a nossa cultura, incentivando o resgate das tradições e promovendo a auto-estima do povo brasileiro” (MINISTÉRIO DOS ESPORTES, 2007).
Exemplos destas atividades esportivas são vários: esportes praianos, arquearia, canoagem, caça, pesca, lutas rituais indígenas, corridas em meio rústico, vaquejadas, corrida-de-argolinhas, derrubada de bezerro no laço, montaria de burro bravo, cavalgadas, saltos e trotes com eqüinos, muares, asininos, bovinos, regatas à vela de saveiros e jangadas, peteca, bocha e a capoeira (grifo nosso), entre outros (MINISTÉRIO DOS ESPORTES, 2007).
http://www.grupomel.ufba.br/textos/download/monografias/capoeira_trabalho_e_educacao.pdf

domingo, 15 de noviembre de 2009


UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
NEUBER LEITE COSTA
Capoeira,Trabalho e Educaçao

.....................Ângelo Augusto Decânio (Mestre Decânio-Foto), outro importante aluno de mestre Bimba, na pesquisa de Costa (2001), também relatou que ele falava que a capoeira por si ó já era aquecimento e desaquecimento. A Regional sofreu inferências de seus praticantes, os quais, por sua vez, sofriam influências da sociedade daquela época. Os métodos de ginástica se enquadram nessa lógica de pensamento, atingindo em conteúdo e forma o trato com esse
conhecimento.
Nunca, ele nunca me ensinou ginástica [...] naquele tempo havia predominância da escola Francesa, que foi introduzida pelo Exército. Então qualquer atividade física era começada por aquecimento; a fase dos exercícios propriamente ditos e tinha a fase de desaquecimento ou de
retorno ao repouso [...] No começo Bimba fazia umas flexões inocentes: levantar a perna, agachar e tal e coisa [...] fazia um aquecimento sumário. A capoeira não depende de aquecimento nem ginástica nenhuma (DECÂNIO, apud COSTA, 2001, p. 33).

Decânio, apud Costa (2001), afirma que ele, juntamente com Cisnando e o Mestre Bimba, conversaram – "sempre a palavra final era do Mestre" – e resolveram que a capoeira não necessitava desses exercícios. Sendo assim, Bimba retoma as aulas de capoeira, em nossa opinião como devem acontecer, através da própria Capoeira. Contudo, posteriormente, podemos perceber que outros mestres da mesma época de Bimba, já no final da década de 60, utilizavam métodos ginásticos para ministrarem aulas de capoeira e descobrimos também que as aulas de Bimba, mais uma vez, foram envolvidas indiretamente por esses métodos.
Possivelmente eu, sem querer, introduzi essa questão da ginástica dentro da capoeira, porque na época eu já era atleta e gostava dessa parte de ginástica e depois em 1969 já comecei dar aula de ginástica e muitos colegas principalmente na aula de 2h e 3h pediam para que eu puxasse a aula. Então, puxar é fazer um aquecimento ali, antes da seqüência e até em
alguns momentos exercícios abdominais, ali. E então Mestre Bimba também nunca questionou essa situação e eu fazia aquelas corridas, levantamento, deita, levanta, corre muda de direção, entendeu? E algumas brincadeiras assim. E eram muito bem aceitas, mas, não com essa intenção também de criar essa expectativa, era uma coisa de forma bem natural, bem
espontânea de solicitação dos amigos ali, etc. Mas, que possivelmente isso acabou criando uma cultura hoje que é muito comum as pessoas fazer o aquecimento até mesmo por conta dos professores de Educação Física quando estão ministrando capoeira sabem da importância do aquecimento (CAMPOS apud COSTA, 2001, p. 32).
Realmente, a Capoeira Regional foi influenciada pela sociedade da época, através dos métodos de ginástica, e mestre Bimba, mesmo não concordando, acabou de um modo ou de outro, permitindo essa interferência, embora esse procedimento retarde a aula propriamente de capoeira.
Todavia já era tarde demais para uma possível retomada dos seus alunos e de outros capoeiristas que ajudaram a divulgar esse tipo de ensinamento da capoeira com exercícios ginásticos. Esse fenômeno extrapola os limiares da capoeira Regional e sua metodologia de ensino. Essas transformações se complicam ainda mais com alguns acontecimentos, como a inclusão, em 1961, da capoeira no currículo de ensino da Polícia Militar do Estado da Guanabara; a institucionalização da Confederação Brasileira de Pugilismo (CBp), em 1992; a oficialização da capoeira como esporte a 26 de dezembro de 1972, por intermédio do Departamento Especial de Capoeira, com regulamentos e normas para sua prática desportiva; a criação da primeira Federação Esportiva de Capoeira, em São Paulo e sua inserção, como já citamos, nas universidades como disciplina dos cursos de Educação Física.
http://www.grupomel.ufba.br/textos/download/monografias/capoeira_trabalho_e_educacao.pdf

lunes, 2 de noviembre de 2009

CAPOEIRA: DE FOLCLORICA PARA UM LINDO ESPORTE NACIONAL


Nação Mestiça: Discursos e práticas oficiais sobre os afro-brasileiros Author(s): Jocélio Teles dos Santos Source: Luso-Brazilian Review, Vol. 36, No. 1 (Summer, 1999), pp. 19-31 Published by: University of Wisconsin Press Stable
URL: http://www.jstor.org/stable/3513987

CAPOEIRA: DE FOLCLORICA PARA UM LINDO ESPORTE NACIONAL
Considerada oficialmente como folclore, a capoeira passou a ser regulamentada pelo Conselho Nacional de Desportos (CND), ligado ao Ministerio da Educafao e Cultura, como esporte nacional em maio de 1973. A partir desse periodo, desencadeia-se, a nivel oficial, seminarios como o realizado no Centro de Convencoes do Instituto Brasileiro de Administracao Municipal (IBAM) do Rio de Janeiro com a finalidade "basica de definir a composigao e a estrategia de acao para um Grupo Tarefa que devera estudar e operacionalizar a institucionalizagao definitiva da arte marcial brasileira", e o Seminario do Piano de Agio Integrada para o Jogo da Capoeira como o objetivo de reformular-se o seu regulamento.18 Esse fato resultou numa burocratizacao, pois o capoeirista para participar dos campeonatos, torneios e confrontos oficiais ou nao, necessariamente deveria estar vinculado a um clube ou associagao filiada a uma das federaçoes vinculadas a Confederagco Brasileira de Pugilismo (CBP) e estar inscrito no Registro Geral dos Capoeiristas do Brasil, pois a capoeira era considerada uma luta "eminentemente brasileira" integrante de uma modalidade desportiva do ramo pugilistico, e seu ensino ou aprendizado seria observado dentro das regras estabelecidas pela CBP. De acordo como o Departamento Especial da CBP, a capoeira era um "desporto de carater amadorista em todo o territ6rio nacional e uma luta que consiste num sistema de ataque e defesa, de origem folclorica, genuinamente brasileira". A leitura oficial do novo esporte nacional implicava er descrever caracteristicas, movimentos, enfim o modo como deveria ser praticado:

sao caracteristicas especiais da capoeira o movimento ritmado, cujo objetivo e de possibilitar que os praticantes se enfrentem ser que a forca bruta, o peso e as distancias deem vantagem a qualquer dos contedores e que tambem um so praticante possa enfrentar mais de um adversario. A movimentacao constante, procurando manter-se a distancia, para nao ser atingido ou golpeado, agilidade, dominio do proprio corpo, riqueza de reflexos e grande senso de equilibrio, sao, tambem, outras caracteristicas da capoeira. A capoeira praticada como desporto de competiçao, consiste num confronto de destreza entre dois oponentes, atraves do desenvolvimento de situacoes e golpes aplicados com os pes, inclusive os auxiliados pelas maos, cabeca e pernas, observadas as limitacoes deportivas que proibem seja posta em perigo a integridade fisica dos combatentes.19
As exigencias da CBP implicava para os associados "uma capoeira limpa", ou seja, um respeito total as leis e regulamentos por ela determinadas; esse fato pode ser observado como "um respeito por conven9oes" (cf. Douglas, 1976), assim como uma oposicao aos que praticavam um outro tipo de capoeira que causasse infracoes, danos, enfim uma capoeira "suja", pois "o consentimento de praticas reprovaveis ou ilegais aviltam a capoeira como desporto e se constituem na destruicao dos esforcos dispendidos por quantos almejarem a sua regulamentacao como pratica desportiva".20 Alem disso, a concepcao de uma capoeira "suja" utilizada pelo CBP relacionava-se corn a origem social de quem a praticava. Segundo Mestre Bimba:

capoeira era coisa para carroceiro, trapicheiro e estivador. Eu era estivador na ocasiao. A policia perseguia um capoeirista como se persegue um cao danado. Imagine so que o castigo que davam a dois capoeiristas que fossem presos brigando era amarrar um pulso num rabo de cavalo e o outro em cavalo paralelo. Os dois cavalos eram soltos e postos a correr em disparada ate o Quartel. Comentavam ate, em brincadeira, que era melhor brigar perto da Policia, pois houve muitos casos de morte nos cavalos. 0 capoeirista nao aguentava ser arrastado, em velocidade, pelo chao e morria antes de chegar a sede de Policia".21

E importante notar que tanto a CBP quanto o CND eram presididos por militares, o que faz ressaltar ao nivel do esporte nacional, uma consonancia de diretrizes tracadas corn a ideologia do periodo autoritario. Um exemplo disso foi a introducao da capoeira na Policia Militar da Bahia (PM-Ba.) como "uma utilidade do meio da defesa pessoal, alem de ser um perfeito sistema de condiçao fisica".22 Ao apoiar a valoriza9ao da capoeira como esporte, a PM-Ba. procurava divulga-la em outros estados brasileiros assim como formar "bons capoeiristas a fim de que este esporte seja difundido dentro de um metodo certo de ensino". Enfim, objetivava acabar com a imagem outrora da capoeira de "esporte de malandro", e, por isso, esperava contar com o apoio "das autoridades e das entidades de classes". A capoeira que saia, na visao oficial, da marginalidade, de luta de negros, para a sacralizacao de "um esporte brasileiro", poderia ser assistida, como competicao, atraves da Academia de Policia Militar da Bahia, em colegios, clubes sociais ou qualquer outro orgao puiblico ou privado, sem qualquer 6nus, pois a meta era divulgar o "lindo esporte". Se o intuito era dar a capoeira um carater de brasilidade, convinha tambem que fosse adotada em outros quarteis do pais, como os da Guanabara e Sao Paulo. Alem disso, o comandante da Policia Militar da Bahia propunha fundar a Federacao Baiana de Capoeira. Para isso seria preciso buscar o apoio do governo federal. A dupla acepcao presente na capoeira, esporte nacional/folclore, pois o Departamento Especial da CBP considerava-a como "um desporto de carater amadorista em todo o territorio nacional e uma luta que consiste num sistema de ataque e defesa, de origem folclorica, genuinamente brasileiro", deve ser compreendido como um continuo de representacoesja elaborados desde o seculo XIX. Como mostra Leticia V. de S. Reis (1993), a apropriacao simbolica da capoeira como esporte nacional ocorre no final do seculo XIX, atraves de folcloristas, militares e escritores no sentido de retirar a sua heranca africana e caracteriza-la como a "gymnastica nacional" resultante da mesticagem racial.
18 Jornal da Bahia, 02 e 03/06/1974.
19 A Tarde, 21/10/1974, Capoeiristas nao sabem que j tem regulamento definido.
20 Ibid.
21 Jornal da Bahia, 27/01/1973, Bimba vai embora por falta de apoio.
22 A Tarde, 21/10/1974, Capoeira na Bahia ja nao 6 s6 um folclore.
fuente: http://docs.google.com/gview?a=v&q=cache:Ktk_af5WE28J:canafro.iglooprojects.org/download/library/politicalr/nacaomesti+Bimba+%22Jornal+da+Bahia%22+27+janeiro+1973&hl=es&gl=es&pid=bl&srcid=ADGEESiNtaxutRpEO4gfxEm2EIthKVwQvNLAof4ulm1c07v6dTA7ElX96KTz7pQqS4X1qCsNTCM3MhMa3zNvKSrgORP4vZy85XcKC4GUCAy16hCn8-uuRlvUu_IUPpcqdhpu00rXSLik&sig=AFQjCNH1tnTJatO2jOijONj46eoANUkfMw